A origem da tradição das Maias perde-se no tempo. A Maia era uma boneca de palha de centeio, em torno do qual se dançava durante toda a noite do primeiro dia de Maio.
Ritual ligado aos ritos da fertilidade, do início da Primavera e do novo ano agrícola, José Leite de Vasconcelos refere o costume português das Maias como a mais antiga manifestação desta florida festa naturalística.
Com o advento do Cristianismo atribuiu-se a este velho ritual pagão um carácter religioso.
Quase todas as tradições populares recorrem à gastronomia, especialmente à doçaria, como forma de preservar e evocar essas memórias. No Algarve podemos encontrar o “queijinho de Maio”, um bolo cerimonial confeccionado na altura em que o figo é colhido e seco. É feito com camadas alternadas de figo e massa de amêndoa, sendo encetado apenas no dia 1 de Maio.
Manter viva a tradição das Maias e da celebração do Maio é um cuidado que as gentes do Algarve demonstram de ano para ano, nesta quadra, enfeitam janelas, varandas, logradouros e pátios de habitações. Esta tradição, contribui, ainda, para manter viva algumas tradições da doçaria e dos frutos secos, artes gastronómicas indissociáveis da vivência cultural das comunidades.
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