Encontrei este poema perdido entre milhares de papéis aqui em casa...
Ter o que se quer,
Ter o que não se quer,
Perder o que se tem,
E o que não se tem.
Talvez a vida seja uma sucessão de acasos
Em que num momento temos tudo e no outro nada
Este nada não pode resistir pois não tem força
A força que temos para lutar, para conseguirmos o que queremos.
Ter, querer e poder são em tudo diferentes mas iguais
Temos o que não queremos,
Queremos o que não temos,
E podemos ter tudo e o nada em coisas iguais...
Para que serve uma árvore para um milhão de pessoas?
Como se deve sentir esse pequeno ser?
Pequeno ser como eu, que vive por viver
Que sente, o que não deve sentir.
Sentimento profundo? Talvez.
Talvez porque nunca temos a verdade
Verdade que se deve transmitir logo
E não esperar pelo dia de amanhã.
Pois o amanhã, já é hoje
E o hoje já é passado
Águas passadas, são como verdades esquecidas
Esquecidas, mas recordadas
Recordadas, como as rosas que nascem no jardim
Que ao fim de dias já estão murchas,
Esse é o sentimento do amor
Que dura enquanto é bom e do dia para a noite murcha.
Murcha e não sabemos porquê
Porque somos egoístas e não queremos dar um pouco de nós
Este pouco, que já é pouco ou nada
Surge no vazio imenso.
Esse vazio pode durar dias, meses, anos ou séculos
Mas o tempo passa e o sentimento fica
Fica porque marca e não se esquece.
Pois esquecer é perder uma parte da nossa vida
Vida que é minha ou nossa dependendo de cada um
Pois uns são felizes porque têm o que querem
Os infelizes têm o que querem mas têm falta de algo...
E esse algo está patente bem neles
Só não repara quem não quer
Querer é ver uma luz que se pode alcançar
E um dia voltar a iluminar-se com ela.
Pois o amor são como as lâmpadas,
é bom enquanto está acesso,
Quando apagamos uma lâmpada
Estamos na escuridão e ficamos sem amor,
Depois de tudo recordo aqui sentado
Com o meu pensamento tudo o que vivi
Talvez um dia venha a saber o que realmente foi
Só queria que realmente me dissesses o que foi
Pois o sentimento inútil da inutilidade
Está patente num inútil, que vai mostrar
Como a inutilidade serve para muita coisa
Coisas da vida que realmente foram e não voltam a ser
Para voltarem a ser, tem de ser pensadas
Pensadas, medidas e calculadas
Pois um passo errado pode levar-nos para uma vida errada
Mais vale um passo atrás do que dois para a frente
E de seguida cair num beco sem saída
Ter medo de alguém e da reacção, mostra algo
Algo que sente, pois se não sentisse não teria medo
Para mim tudo é banal
Banal como um telemóvel
Que serve para telefonar e matar
Matar algo que existia.
Amanhã para mim tudo é diferente tudo mudou
Vou voltar a ver-te como eras para mim antes de te conhecer
Pois amanhã se calhar vou-me esconder e não aparcer
Ou então vou colocar de lado...