Algumas passagens do livro:
"A História de Portugal é uma oscilação entre a tirania e a
anarquia, os portugueses odeiam os seus chefes e atacam-nos sem mercê
até derrubá-los. Somos um povo eternamente saudoso, longe das realidades
por termos vivido, em certos momentos, uma realidade heróica mas falsa.
Estamos demasiadamente escravizados a um ideal colectivo que gira
sempre à roda de glórias passadas. Temos o gosto doentio do que é
estrangeiro, a ignorância, ou o desprezo, do que é português. Somos um
país pobre, doente, que não suporta facilmente grandes injecções de
ideias novas"
"Sou profundamente antiparlamentar porque detesto
os discursos ocos, palavrosos, as interpelações vistosas, vazias, a
exploração das paixões. O Parlamento assusta-me. Tenho horror ao
partidarismo em Portugal. Os nossos partidos formaram-se à volta de
pessoas, de interesses mesquinhos, de apetites, existindo para
satisfazer esses apetites e interesses"
" Eu da fome não livro os portugueses, mas da guerra livro."
"As
senhoras de sociedade que faziam parte das instituições de caridade
eram umas intriguistas de primeira. Desviavam dinheiro dos peditórios
para a canasta..."
Um dos discursos escritos mais acertados que li nos últimos tempos. Acho que resumiria tudo a uma frase, aproveitando palavras do autor: somos um povo oco.
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