sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Alcoutim

Preocupa-me a escalada decrescente da demografia de um território com aproximadamente 577 quilómetros quadrados, estou a falar do Concelho de Alcoutim, os dados recentes dos Censos 2011 indicam um decréscimo de 23,2 % na população em relação a 2001, isto é, em 2011 existiam por volta de 3770 pessoas em todo o território e em 2011 apenas 2917 pessoas!!!
Este concelho encontra-se na região entre o Alentejo e o Algarve, encravado na serra onde as potencialidades/oportunidades não são muitas devido à falta de oportunidades de emprego bem como de recursos humanos, a sua população é das mais envelhecidas em todo o território nacional.
É urgente a tomada de medidas para conseguirmos inverter todas esta situação que não é exclusiva do concelho de Alcoutim. Da parta de Câmara Municipal existem diversos incentivos para os mais jovens e de forma a conseguirem captá-los e a fixar residência, nos últimos anos o IC27 veio dar um grande contributo para o desenvolvimento da região, mas só esta via de comunicação não chega. O Guadiana que em outros tempos serviu as comunidades ribeirinhas poderá servir de motor para alguma indústria ou serviços de forma a gerar algum emprego. A zona industrial situada nas quatro estradas deveria ter uma outra dinâmica, devia-se tentar trazer empresas para o concelho.
Afirmo que não me importava de viver em Alcoutim, trocava já hoje ou amanhã a cidade de Lisboa pela qualidade de vida que iria ter em Alcoutim, mas para que isso aconteça é necessário emprego que por aqueles lados não existe…
Estarei sempre disposto ajudar o Concelho de Alcoutim e as gentes daquelas terras, as minhas raízes estão nos Balurcos...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Hoje

Hoje estou e não estou, fico e não fico.
Não sei se sim ou não
Se como ou quando
Serei ou serás ...

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Bom Ano 2013


RECEITA DE ANO NOVO

"Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre."
 
 
Carlos Drummond de Andrade